terça-feira, 19 de julho de 2011



O Museu da Bicicleta de Joinville, é o único do gênero em toda América do Sul.
Seu acervo composto por mais de 16 mil peças variadas, está localizado no Complexo Ferroviário de Joinville, bairro Atiradores, junto à Praça Monte Castelo, zona Sul da Cidade.
O MUBI é o resultado de uma exitosa parceria entre o Poder Público Municipal e a iniciativa privada, sob a gestão da Fundação Cultural de Joinville, gerenciadora da política cultural e museológica da cidade.
Joinville, conhecida como “A Cidade das Bicicletas”, por ocasião das comemorações de seus 150 anos, teve, por iniciativa do Instituto Joinville e do Prefeito, hoje Governador, Luiz Henrique da Silveira, a inauguração dos Museus da Bicicleta e da Industria, consagrando, desta forma, sua vocação como a “Cidade das Bicicletas”.
Desde sua inauguração, já passaram pelo museu mais de 60 mil pessoas de nacionalidade brasileira ou estrangeira.
O atendimento é feito através de ações de monitoria especializada (mediante solicitação), trabalho com escolas, agências, operadoras e grupos de turistas.
De sua variada coleção destacam-se: a vitrine de faróis composta por peças a partir do século XIX, a oficina de restauração onde acontecem as intervenções, além de diversas bicicletas tais como: Peugeot 1952 com aros de madeira, Durkopp 1934 equipada com eixo cardan (sem corrente), um Rickshaw indiano todo pintado à mão e uma Rivera 1956, projeto nacional, com suspensão sobre molas nas rodas dianteira e traseira, uma inovação tecnológica espetacular para o período.
No espaço de visitação, encontram-se inúmeras peças e objetos curiosos relativos à bicicleta, composições de arte, protótipos, etc. Todo material em exposição está devidamente identificado quanto a sua origem, estado de conservação e procedência. O MUBI é uma entidade cultural, sem finalidades lucrativas, em processo de regulamentação, e toda sua prestação de serviços é feita de forma gratuita.

CliqueValter F. Bustos - Diretor do MUBI



Genero memoria!

O Memorial se constitui em um exercício de interrogação de nossas experiências passadas para fazer aflorar não só recordações/lembranças, mas também informações que confiram novos sentidos ao nosso presente.
A forma como encaramos certas situações e objetos está impregnada por nossas experiências passadas. Segundo Ecléa Bosi (1979), através da memória, não só o passado emerge, misturando-se com as percepções sobre o presente, como também desloca esse conjunto de impressões construídas pela interação do presente com o passado que passam a ocupar todo o espaço da consciência. O que a autora quer enfatizar é que não existe presente sem passado, ou seja, nossas visões e comportamentos estão marcados pela memória, por eventos e situações vividas. De acordo ainda com essa autora, o passado atua no presente de diversas formas. Uma delas, chamada de memória-hábito, está relacionada com o fato de construirmos e guardarmos esquemas de comportamento dos quais nos valemos muitas vezes na nossa ação cotidiana.
O Memorial é o resultado de uma narrativa da própria experiência retomada a partir dos fatos significativos que nos vêm à lembrança. Fazer um Memorial consiste, então, em um exercício sistemático de escrever a própria história, rever a própria trajetória de vida e aprofundar a reflexão sobre ela. Esse é um exercício de auto-conhecimento.
O Memorial está intimamente relacionada a um exercício de reminiscência, isto é, de “puxar pela memória”. Como a memória é seletiva, filtrada pelo que sentimos e acreditamos, queremos que, no momento de elaboração do Memorial do nosso curso, esta seleção torne-se reflexiva. Ou seja, submetida a um exercício que tem como objetivo trabalhar as experiências que a pessoa considera de maior relevância na sua trajetória, relatando-a de modo reflexivo. Pode-se tomar, por exemplo, a ação pastoral e ir desenvolvendo uma reflexão dessa experiência apontando de que modo isso provocou desdobramentos em outras dimensões de sua vida.
Desse modo, uma primeira observação importante a ser feita refere-se à relevância de se estabelecer a diferença entre a técnica de escrita de um Memorial e uma narrativa histórica.
Uma narrativa histórica tem a preocupação em refazer (contar, narrar) a trajetória de uma pessoa, em um determinado tempo, dos fatos relevantes que vêm à memória do autor. Esta narrativa pode conter diversas passagens da sua trajetória individual no tempo: nascimento, vivência familiar, escola, outros eventos e acontecimentos da vida pessoal mesclados com as dimensões coletivas do bairro, da cidade, do país ou do mundo enfim, de todos os acontecimentos que ocorrem à sua volta. Ou seja, a pessoa descreve esses acontecimentos da forma como eles ocorreram ou como ela os percebeu.
Já o Memorial é um relato que reconstrói a trajetória pessoal, mas que tem uma dimensão reflexiva, pois implica que quem relata se coloca como sujeito que se auto-interroga e deseja compreender-se como o sujeito de sua própria história. Assim, é um esforço de organização e análise do que vivemos. Esta diferença entre vivência e experiência é importante.
A experiência, ao contrário da vivência, é refletida, pensada, e pode-se tornar algo consciente que construirá uma nova identidade, ou seja, um outro jeito de olharmos e pensarmos o mundo. Para ilustrar, seria possível dizer que é como olhar a vida através de um “retrovisor”, dando a chance de enxergar determinadas dimensões de nossa vida e refletir criticamente sobre o significado delas em nossa trajetória, tendo como vantagem o distanciamento temporal.